Baseado neste artigo, a Rede Globo de Televisão resolveu fazer uma matéria tendenciosa, usando o tema do documentário, uma espécie de “alerta” aos pais contra a pratica das Artes Marciais. No universo dos leigos em Artes Marcial tudo está relacionado em “Judô”, “Bruce Lee”, “Ninja” e Porrada – Não respectivamente nesta ordem – como praticante, já ouvi de tudo quanto é pérola tipo: “Taekwondo é a mesma coisa que Judô”, “Ninjas são mestres em Karatê”, “Kung Fu é japonês”, até tentaram me convencer que um brasileiro lutador de Jiu-Jistu lutou contra 100 homens no japão em um evento chamado “Kyokushin”... (Bah!!!)
Não é a primeira vez que o Fantástico usa a imágem pública para “alertar” os pais sobre algo relacionado a cultura oriental; basta lembrar aquele casal de jovens do Rio que fugiram dos pais que não permitiam o namoro, fazendo alusões tendênciosas e discordantes sobre animação japonesa e “cosplay” (fãs que se caracterizam como seus personágens favoritos) como se gostar de desenhos japoneses, cosplay, mangás e manhwas influenciasse as pessoas a tomárem atitudes tempestivas. A matéria causou indignação e protestos por todo o país, pois, alguns jovens que participaram da matéria, fantasiados em plena cidade diante das câmeras e da população destacaram o seguinte em seus Blogs: “parabéns Globo, nos fizeram de palháços”; já que o convite para a gravação, em nenhum momento foi mencionado relação ao caso, apenas disseram a eles tratar de uma “matéria sobre fãs de animação japonesa”. Ao que se sabe a mesma coisa aconteceu com a gravação sobre o Muay Thai, onde também os “entrevistados” fizeram depoimentos positivos sobre o tema – o que é lógico não interessa a emissora, a não ser manipular imagens que permite tornar o tema obscuro...
É lógico que como marcialista fico perpléxo com a intenção do tema, crianças gostam de atividades que envolva ação, admiram personágens que lutam, que impressionam, que são admirados, que trazem alegria para elas; e elas querem viver essa mesma emoção. Quanto ao comportamento de alguns pais que vivem a vida dos filhos, esse sim é o verdadeiro problema que o documentário inglês destaca e não o Muai Thay que a Globo quer marginalizar. Quanto a lesões, é evidente que se uma criança jogar futebol, vólei, correr, andar de bicicleta, pular numa cama-elástica ela corre o risco de se machucar e isso não só é natural como é benéfico que elas caiam no chão, ralem joelho, “dêem com os beiços na parede”, senão, como é que vão desenvolver a noção de perigo? Quem cresceu cercado de cuidados, mal saberá lidar com os perigos afora!
Na minha experiencia como árbitro no Taekwondo, aderimos uma categoria criada nas competições argentinas, a “Pré-competitiva”: era voltada para lutas com crianças até 12 anos e tinham uma regra exclusiva para preservar a integridade delas; chutes no rosto e golpes de alto impacto eram penalizados, categorias “fraldinha” eram demonstrativas e o resultado final era reservado aos técnicos para não expor a criança a situação de frustração diante dos pais. Para os pequenos, ambos ganhavam medálhas de incentivo, já os mais grandinhos era válido para as equipes. A regra pode ser incluida em qualquer modalidade de luta como o Taekwondo, Karatê e Kung Fu, sempre que visar a integridade da criança na pratica das Artes Marciais voltada para o bem-estar e o crescimento cultural.
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