A Lenda sobre a Origem da Coréia - Fernando Yonezawa

A história que trata do início da civilização coreana, assim como a de muitos povos antigos, está imersa em lendas, imagens e personagens míticos. Tem-se como marco do início da história coreana o ano de 2333 a.C. Mas, presença humana na Coréia data de cerca de 700.000 anos, era paleolítica - pré-história.

Conta-se que o príncipe Hwanung, filho da divindade suprema, o Céu, desceu à terra, até o monte Taebaeksan acompanhado de 3000 servidores para fundar a “Cidade de Deus”. Hwanung era um soberano bondoso que ensinou a seu povo mais de 360 ofícios e artes úteis, entre os quais, pescaria, medicina, agricultura e carpintaria.
 
Por aqueles arredores havia um urso e um tigre que desejavam transformar-se em seres humanos. Então, o soberano disse-lhes que, se fossem capazes de sobreviver durante cem dias em uma caverna escura se alimentado somente de alho e artemísia (uma erva atualmente usada na medicina tradicional oriental), transformariam-se em humanos. O urso se esforçou para superar a prova e conseguiu se converter numa linda mulher. Já o tigre, por falta de persistência, desistiu da tarefa. O urso, agora mulher, casou-se com Hwanung e lhe deu um filho, Tan-gun, o qual mais adiante fundaria a Choson, em Pyongyan, neste ano de 2333 a.C. O nome Choson significa literalmente “terra da calma matutina”. 

Tan-gun seria o progenitor mítico do povo coreano, que hoje comemora no dia 3 de outubro o chamado de “Dia da Fundação Nacional”, no qual se crê que Tan-gun tenha criado seu reino. Atualmente se denomina Ko-Choson – Antiga Choson - o reino criado por Tan-gun porque
mais adiante, no século XIV, houve outro reino de Choson. Existem hoje movimentos de historiadores que pretendem reconhecer a Tan-gun como figura histórica real, pois parece haver fontes na Coréia e na China que o atestam como fundador de uma das primeiras dinastias daquela região. Choson perdurou até o século II a.C., quando o imperador da China decidiu invadi-lo por considerá-lo uma ameaça ao lado oriental de seu império.

Fernando Yonezawa - Departamento cultural da FBHK.

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